Disciplina: O ativismo político das mulheres no Cone Sul
A Profª Drª Alejandra Oberti (Doutora em Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires (UBA) e integrante do Grupo de Estudos sobre Feminismos na América Latina do Instituto de Estudos da América Latina e Caribe (IEALC)) ministrará a disciplina “O ativismo político das mulheres no Cone Sul” no Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas – PPGICH na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A disciplina O ativismo político das mulheres no Cone-Sul ocorrerá entre os dias 9 a 13 de março, das 9hrs às 12hrs, com carga horária de 15h (1 crédito).
Ementa:
Este curso propõe a colocar em foco algumas experiências de ativismo politico das mulheres no Cone Sul latinoamericano, desde os anos 1970 e a transição, a democracia dos anos 1980 e a atual. O seminário se detém em três momentos chave da participação política das mulheres no Cone Sul (com referências a Argentina, Chile, Uruguai e Brasil). Em primeiro lugar, o ativismo das mulheres nas organizações revolucionárias dos anos 1970, um momento em que se produzem transformações nas relações de gênero, e também uma mobilização social e política estendida. Um segundo momento aborda as transições dos anos 80 e o componente de gênero marcado nas organizações de direitos humanos, mas também a aparição na cena pública do movimento feminista, chamando a atenção especialmente aos encontros e desencontros entre ambos os movimentos. O terceiro momento, busca analisar algumas das formulações atuais do movimento feminista, prestando especial atenção à massividade que ele adquiriu na Argentina em torno da demanda pela interrupção legal da gravidez.
A proposta se inscreve no campo dos estudos sobre os processos de mobilização política, repressão estatal e transições na América Latina da segunda metade dos século passado, em que a preocupação pela incorporação de uma perspectiva que reconheça as marcas das hierarquias e assimetrias das relações de gênero é relativamente recente e se estendeu rapidamente com novas perguntas e abordagens.
A inclusão das perspectivas de gênero nesse campo de estudos deu lugara trabalhos que articulam a história recente e a memória com uma produção crescente de pesquisas que dão conta da história dos ativismos das mulheres e deram lugar a análises sobre as implicações do gênero para compreender os processos de radicalização das militâncias de esquerda, e o questionamento das diferentes temporalidades e articulações entre os aspectos público e privado das experiências das mulheres e suas práticas de participação e ativismos. Deste modo, esta confluência dos estudos sobre memórias e as perspectivas de gênero reformula não somente nossa perspectiva sobre os temas e objetos de estudo existentes, mas permite construir novas series e problemas de pesquisa, ancorados nas preocupações do presente sobre o lugar dos afetos e da política nos processos de subjetivação, a historicidade das relações entre os movimentos de mulheres e os movimentos de direitos humanos, entre outros aspectos.
Conteúdo:
09/03/2020 – Sessão 1: A participação de mulheres nas esquerdas revolucionárias dos anos 1970
10/03/2020 – Sessão 2: As mulheres e as transições à democracia: o movimento de direitos humanos e o movimento de mulheres
11/03/2020 – Sessão 3: O feminismo na última década
12/03/2020 – Sessão 4: Passado e presente
13/03/2020 – Sessão 4: Passado e presente (continuação)
Avaliação:
Será proposto um trabalho de conclusão para as/os alunas/os, relacionando seus temas de pesquisa com as leituras e discussões realizadas no curso.
Período de matrícula:
20/02/2020 a 5/03/2020 pelo e-mail (vagas limitadas)
As aulas serão ministradas em espanhol.