NIGS atua na formação de professoras/es em Rio do Sul

13/02/2016 10:07

Alessandra Ghiorzi, Anna Amorim, Anahi Guedes de Mello, Daniel Machado da Conceição, Emília Dutra, Gabriela Dequech, Kaio Siqueira de Souza, Izabela Liz Schlindwein, Jefferson Virgílio, Juliana Cavilha Mendes Losso, Marinês Rosa, Marie Leal e Suzana Costa, pesquisadores/as do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS-UFSC), estiveram no dia 3 de fevereiro de 2016 em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí (SC) para propor atividades de formação em Gênero e Sexualidades para professores/as da rede pública municipal.

 

Na parte da manhã, foram propostas oficinas a 60 professores/as de séries iniciais (1º ao 5º ano). À tarde, um público formado por 180 professores/as (6º ao 9º ano) participou da formação.

Ao fim do dia, foi feita uma síntese sobre as abordagens e conceitos, com relatos e atividades inspiradas no teatro-fórum de Augusto Boal.

Algumas oficinas oferecidas:

Gênero, Maternidade, Divisão Sexual do Trabalho e Violências

Gênero e Diversidade na Escola

LGBTT: conceito e significados

Relações interétnicas

 

Vale lembrar que os/as pesquisadores/as NIGS atuam em outras atividades ligadas ao Ensino Médio e Fundamental em SC, como o Concurso de Cartazes sobre Trans-Lesbo-Homofobia e Heterossexismo nas Escolas e a tutoria do GDE – Curso de Especialização em Gênero e Diversidade na Escola..

 

Confira alguns depoimentos da equipe NIGS-UFSC sobre a experiência em Rio do Sul:

Jefferson Virgilio – Oficina Gênero e Diversidade na Escola

“Foi muito curioso as meta-memórias que me são projetadas quando cheguei um par de horas antes de demais colegas que vinham de Florianópolis, e fui recebido por uma das organizadoras. As palavras, ainda estão na memória: <<Quando procuramos alguém para dar o curso, nos passaram o telefone dum tal de Instituto de Gênero (IEG). E lá eu perguntei se eles podiam passar o contato do NIGS. Mas eu nunca conseguia contato direto com o NIGS. Quase ficamos com outro grupo, mas fiz uma última tentativa, pois eu fazia mesmo questão de ter vocês aqui. Conheço o NIGS pelas matérias que vimos sobre aqueles concursos de cartazes. Desde então eu me apaixonei e pensei “no ano que vem elas vão vir para Rio do Sul”. E enfim, vocês vieram. Espero que venham mais vezes. Quem sabe um concurso de cartazes por aqui?>>

 

Anahi Guedes de Mello – Oficina Gênero e Diversidade na Escola

O que mais gostei de saber foi que o município de Rio do Sul manteve gênero no Plano Municipal de Educação, mas que isso só foi possível porque foi e é importante investir na formação em Gênero das professoras e professores daquele município. (…) Eu, particularmente, gostei da presença de um bom número de professoras e professores das áreas de Educação Especial e Educação Infantil (…). Percebi que o tópico de gênero e deficiência desestabilizou o conceito de deficiência que eles tinham, tanto pela perspectiva de interseccioná-la com gênero quanto pelo deslocamento da deficiência do determinismo biológico para o contexto, ao apontar para as barreiras sociais.

 

Marinês Rosa – Oficina Gênero, Maternidade, Divisão Sexual do Trabalho e Violências

Destaco a repercussão sobre a ação “ajudar” presente no cotidiano doméstico das relações de gênero no que tange à divisão sexual do trabalho, em que ao feminino é designada à função doméstica e aos outros é naturalizada a condição de ajudar. Nesse sentido, problematizamos a demarcação de espaços sociais e políticos atribuídos ao feminino enquanto (re) produção social e os atravessamentos que constituem as violências de gênero. (…) No contexto da atividade, também enfatizo o importante fato do Município de Rio do Sul ter mantido Gênero no Plano Municipal e a repercussão do concurso de cartazes tida como referência por parte dos professores nos dois períodos das oficinas.

 

Marie Leal – Oficina Gênero, Maternidade, Divisão Sexual do Trabalho e Violências

Rio do Sul me surpreendeu ao nos convidar para falarmos de diferentes temáticas de gênero, demonstrando o interesse de todxs no município pela questão – reforçada pelo informe no final de que a pauta estaria no Plano de Educação local. (…) A plateia permaneceu até o fim, demonstrando que ali todxs parecem se interessar por as questões que levantamos.

 

Anna Amorim – Oficina LGBTT: conceito e significados

Adorei participar de mais este momento junto com a equipe NIGS. São os meus momentos favoritos e, desta vez, fiquei feliz em ver como fomos bem recebidos e como todos em Rio do Sul estavam felizes em nos ter naquele dia.

 

Emília Dutra – Oficina LGBTT: conceito e significados

Muito feliz e realizada de mais uma vez ter a oportunidade de me aproximar profissionais da rede pública de ensino através de uma experiência de formação em gênero e sexualidades. (…) Acredito que esses momentos de compartilhar saberes e histórias de vidas renovam nossas dúvidas e certezas acerca da Educação brasileira e de suas reais condições. Escutar as dificuldades e perceber as resistências também nos faz crescer e repensar sobre nossas metodologias, nossos conteúdos e nossa didática enquanto militantes, estudantes e, sobretudo, profissionais a serviço da educação pública de qualidade e equidade.

 

Suzana Costa – Oficina Gênero, Maternidade, Divisão Sexual do Trabalho e Violências

Foi maravilhoso participar de duas oficinas em um município que manteve o estudo de gênero e diversidade no Plano Municipal de Educação. Conversar e problematizar sobre violências contra as mulheres, violências de gêneros, Lei Maria da Penha e divisão do trabalho doméstico com professoras, principais educadoras, foi muito gratificante. Destaco o depoimento de uma professora sobre sua experiência com a Lei Maria da Penha, do descaso com que as mulheres são atendidas e de como o caso é tratado.